Cientistas anunciaram a criação de pequenos robôs vivos a partir de células humanas. As “criaturinhas”, que conseguem se mover em uma placa de laboratório, podem um dia ajudar na cicatrização de feridas ou tecidos danificados, de acordo com um novo estudo publicado na quinta-feira no periódico Advanced Science.
Uma equipe da Universidade Tufts e do Instituto Wyss da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, denominou essas criações de anthrobots. A nova pesquisa amplia trabalhos anteriores de alguns dos mesmos cientistas, que criaram os primeiros robôs vivos, ou xenobots, a partir de células-tronco retiradas de embriões do sapo-africano (Xenopus laevis).
Segundo o do estudo, Michael Levin, professor de biologia da Escola de Artes e Ciências da Tufts, algumas pessoas pensavam as características dos xenobots dependiam muito do fato de serem embrionários e anfíbios. “Eu não acho que isso tenha a ver com ser um embrião. Isso não tem nada a ver com ser um sapo. Eu acho que isso é uma propriedade muito mais geral dos seres vivos”, disse Levin.
Enquanto estavam vivos, os anthrobots, que sobreviveram até 60 dias em condições de laboratório, não eram considerados organismos completos, pois não tinham um ciclo de vida completo, explicou o autor do estudo, Michael Levin, professor de biologia na Escola de Artes e Ciências da Tufts.
Como os robôs foram criados?
Os cientistas usaram células humanas adultas da traqueia de doadores anônimos de diferentes idades e sexos. As células da traqueia têm projeções parecidas com cabelos chamadas cílios, que foram estimulados a se moverem como remos em uma matriz específica, permitindo que os anthrobots se movimentassem após alguns dias.
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Os anthrobots criados não eram idênticos em forma ou movimento. Os pesquisadores investigaram a possibilidade de aplicações médicas, observando como os pequenos seres respondiam a neurônios humanos danificados em laboratório, incentivando o crescimento nessas áreas.
Embora a pesquisa esteja em estágio inicial, os cientistas acreditam que os anthrobots podem ter aplicações médicas futuras, sem preocupações éticas ou de segurança, já que não são feitos de embriões humanos e têm uma vida útil limitada em um ambiente controlado de laboratório.
Via CNN.
Jornalista pioneiro no campo da internet brasileira, Mario Cavalcanti começou a trabalhar com conteúdo online em 1996, tendo passado por portais de destaque como Cadê?, StarMedia Brasil, iBest, Globo.com e Click21. Gosta de assuntos como mistérios, criptozoologia, expedições e descobertas científicas. É editor do portal Mundo & História.