Caatinga tem o maior número de incêndios em uma década | Mundo & História

Caatinga na Paraíba/Renalle Ramos/Wikimedia

A caatinga fechou o ano de 2023 com o maior número de incêndios em mais de uma década. Em 2023 foram 21.550 focos no bioma, que engloba os estados do nordeste e parte do estado de Minas Gerais, no sudeste. Houve um aumento de quase 40% na comparação com o ano anterior, 2022, com 15.538 focos.

O número é o maior desde 2010, quando foram registrados 21.792 focos de incêndio. O ano que teve o menor número de registros desde a última década foi o de 2014, com 9.496 focos. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

El Niño entre os responsáveis

Entre os fatores que contribuíram para a grande ocorrência no ano de 2023 está o El Niño, que levou mais calor e menos chuva para a região.

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O fenômeno climático, que causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico – e que foi apontado como um dos responsáveis pela morte de pelo menos 100 elefantes em um parque no Zimbábue –, impactou o Brasil com mais secas nas regiões norte e nordeste.

Número de focos de incêndio na caatinga

Ano – Número de focos (fonte: INPE)

2010 – 21.792
2011 – 16.561
2012 – 16.717
2013 – 9.859
2014 – 9.496
2015 – 15.133
2016 – 13.593
2017 – 11.004
2018 – 11.347
2019 – 14.960
2020 – 14.504
2021 – 17.917
2022 – 15.538
2023 – 21.550

Mais sobre a caatinga

A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga, que ocupa uma área de cerca de 734.478 km² – o equivalente a 10% do território nacional –, ocorre nos estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e parte do norte de Minas Gerais.

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O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação fizeram com que a caatinga ficasse bastante degradada, sendo considerada um dos biomas brasileiros mais fragilizados.

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