Cápsula Orion para a missão Artemis 2 é entregue à NASA | Mundo & História

Foto: Lockheed Martin

No último dia 1º de maio, a Lockheed Martin entregou à NASA, no Kennedy Space Center (em Merritt Island, na Flórida), a cápsula Orion, que em 2026 levará 4 astronautas a um voo ao redor da Lua na missão Artemis 2.

A cápsula será integrada aos demais componentes; o módulo de serviço, construído pela ESA (agência espacial europeia), contém os sistemas de propulsão e manobra, tanques de água, combustível e oxigênio, além dos quatro grandes painéis solares para geração de energia elétrica. Ao nariz da cápsula será montado o sistema de escape, um pequeno foguete responsável por remover a cápsula das imediações do foguete caso haja algum problema durante o voo para a órbita terrestre e seja necessário abortar a missão. O sistema de escape é descartado assim que a nave se separa do foguete, não sendo mais necessário. Essa integração será realizada no Neil Armstrong Operations and Checkout Building, dentro do Kennedy Space Center.

Assim que a integração for terminada, a nave será levada ao VAB (Vehicle Assembly Building), o enorme e característico edifício em forma de cubo erigido nos anos 60 para a montagem dos foguetes do projeto Apollo e também para o Ônibus Espacial.

Esta cápsula não é a utilizada no voo anterior (Artemis 1), que realizou o mesmo tipo de voo sem tripulação em dezembro de 2022. A cápsula a ser utilizada na missão Artemis 2 é inteiramente nova e possui diferenças em relação à anterior, especialmente nos sistemas de suporte à vida, controle de temperatura, displays e controles, comunicações e até mesmo a instalação de equipamento para exercícios, a serem utilizados pelos astronautas durante a missão.

A nave contará também com um sistema experimental de transmissão de informações a laser, utilizando um processo semelhante ao testado pela sonda Psyche em dezembro de 2023.

A missão Artemis 2 havia sido inicialmente planejada para setembro de 2025, mas foi postergada para o início de 2026 após análises do escudo térmico da Artemis 1 revelarem um grau de erosão do material acima do esperado, requerendo um desenvolvimento adicional para adequar os materiais a uma nova configuração.

A missão Artemis 2 levará os astronautas Reid Wiseman, Victor Glover, Christina Koch e Jeremy Hansen (este último, da agência espacial Canadense) a um sobrevoo da lua na configuração de “trajetória de retorno livre”. Isto significa que a cápsula não vai completar uma órbita da Lua, mas apenas passará por trás dela e, sob influência de sua gravidade, será impulsionada de volta para a Terra. Este tipo de trajetória não requer o uso de motores de propulsão para frear a nave a fim de colocá-la em um órbita e nem para sair dela.

É interessante lembrar que por ocasião da missão Apollo 8, em dezembro de 1968, os Estados Unidos testaram pela primeira vez seu poderoso foguete Saturno V em uma missão tripulada, e a nave realizou 10 órbitas lunares antes de retornar à Terra, sendo aquela uma missão mais audaciosa do que a que está sendo proposta agora com a Artemis 2 (os tempos também eram outros e a ameaça dos soviéticos em alcançar primeiro a Lua fez a NASA ser mais audaciosa). Das 9 missões Apollo que foram à Lua, a única que utilizou a trajetória de retorno livre foi a Apollo 13, que justamente devido à explosão do tanque de oxigênio durante a viagem de ida, não podia acionar o motor principal.

Segundo o cronograma da NASA, a próxima missão — Artemis 3 — será a que vai realizar o primeiro pouso de astronautas americanos na Lua desde dezembro de 1972, e está prevista para 2027. O pouso deverá ser próximo à cratera Shackleton, no pólo sul da Lua, onde se acredita haver água em meio às rochas. Entretanto, para que isso aconteça será necessário um módulo de pouso, que a princípio deverá ser fornecido pela empresa SpaceX (de Elon Musk), e será baseado na nave Starship, que está atualmente sob intenso processo de testes. A empresa Blue Origin, pertencente a Jeff Bezos (o bilionário dono da Amazon), também está desenvolvendo um módulo tripulado de pouso, chamado Blue Moon, e que deverá participar do projeto Artemis no futuro.

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