Maguila: cérebro do lutador é doado para estudos na USP | Mundo & História

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O ex-pugilista José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, foi velado na sexta-feira (25), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), um dia após seu falecimento.

Aos 66 anos, Maguila sucumbiu à Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), doença degenerativa amplamente conhecida por suas consequências entre atletas de esportes de contato, como o boxe.

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Atendendo ao desejo do próprio lutador, seu cérebro foi doado para estudos científicos na Universidade de São Paulo (USP), onde será examinado no banco de cérebros da instituição.

Demência pugilística

Maguila foi uma das maiores figuras do boxe brasileiro, porém, sua história também carrega o peso de complicações severas que vieram após a aposentadoria dos ringues.

Conhecida como demência pugilística, demência do pugilista ou síndrome boxer, a ETC é resultado de repetidos traumas na cabeça que, ao longo do tempo, causam danos irreversíveis. No caso do boxe, cada golpe direcionado à cabeça projeta o cérebro contra o crânio, provocando pequenas lesões que, cumulativamente, geram inflamações e comprometem o funcionamento cerebral.

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O neurologista Renato Anghinah explicou que “essas pancadas repetidas […] levam a mortes de grupinhos de neurônios”. Ele observou que Maguila, uma pessoa normalmente dócil, começou a apresentar mudanças comportamentais significativas, incluindo episódios de agressividade. Essa mudança é um dos sintomas comuns da doença, que também afeta a memória e a capacidade motora.

“A medicina tem que fazer cada vez mais, proteger esses atletas, e não só isso, dar ciência a eles quando eles estão começando, ou aos seus responsáveis quando eles começam nas categorias de base”, complementou o neurologista.

A doação do cérebro do lutador para estudos irá ajudar a compreender melhor as consequências dos traumas no esporte. A família informou que a retirada foi realizada na própria quinta-feira (24). O material foi enviado ao banco de cérebros da USP, onde já se encontram os cérebros de outros esportistas, como o lutador Éder Jofre e o ex-jogador de futebol Bellini, também vítimas da mesma doença.

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